Nunca se falou tanto sobre comida como nestas últimas duas décadas. Dos anos 2000 para cá, basta um passar de olhos pela programação da TV, nas livrarias ou nas plataformas de streaming para percebermos a midiatização em torno da alimentação. Pelas redes sociais sabemos o que nossos amigos comem, onde e com quem. Chefs de cozinha viraram celebridades e celebridades viraram cozinheiros. Os guias gastronômicos viraram os novos guias turísticos e antes mesmo de tirar uma selfie com a Tour Eiffel ao fundo, os turistas já postaram fotos de seu almoço num estrelado restaurante Michelin.
Nesse mesmo período, o Brasil estreou no mapa da gastronomia mundial e sua sociobiodiversidade foi (re)descoberta pelos cozinheiros que encabeçam as listas dos melhores do mundo. As mulheres se projetaram na cozinha profissional e mostraram que podem estar onde desejam. Com o crescimento dos food movements, a todo tempo somos lembrados que comer é um ato político, ecológico, agrário. Os consumidores passaram a questionar a origem dos alimentos e a demandar produtos ‘bons, limpos e justos’. Com isso, se tornaram co-agricultores e co-produtores.
De profissão sem prestígio a símbolo de status e glamour. Nos últimos anos, os cozinheiros passaram a influenciar tendências e comportamentos. Ciente disso, o food lab Comida pra Pensar® se propõe a pensar o papel do alimento e do cozinheiro no mundo contemporâneo e a contribuir para a formação de profissionais conscientes de sua responsabilidade na proteção da biodiversidade e consolidação de uma gastronomia brasileira em estreito diálogo com o território, a sustentabilidade e a cultura local.